A descoberta do Buda – Alegremente

Sutra: Aquele que quer despertar extingue seus desejos alegremente.

Osho: O que Buda quer dizer com “desejo”? Desejo significa toda sua mente. Desejo significa não estar aqui-agora. Desejo significa andar num lugar no futuro, que ainda não existe. Desejo significa mil e um modos de escapar do presente. Desejo equivale à mente. Na terminologia de Buda, desejo é mente.

E desejo também é tempo. Quando eu digo “desejo também é tempo”, eu não quero dizer o tempo do relógio, quero dizer o “tempo psicológico”. Como você cria o futuro na sua mente? Desejando. Você quer fazer alguma coisa amanhã – você criou o amanhã; caso contrário, o amanhã não está ainda em lugar nenhum, ele ainda não veio.

O homem que vive no futuro vive uma vida falsa. Ele não vive realmente, ele somente finge viver. Ele espera viver, ele deseja viver, mas ele nunca vive. E o amanhã jamais chega, é sempre hoje. E seja o que for que venha, é sempre agora e aqui, e ele não sabe como viver no aqui-agora: ele sabe somente fugir do aqui-agora. O modo de fugir é chamado de “desejo”, tanha – essa é a palavra de Buda para aquilo que é uma fuga do presente, do real para o irreal.

O homem que deseja é um escapista.

Ora, é muito estranho que os meditadores sejam vistos como escapistas. Isso é um completo absurdo. Somente o meditador não é um escapista – todo o resto, é. Meditação quer dizer “sair do desejo, sair dos pensamentos, sair da mente”. Meditação quer dizer “relaxando no momento”, no presente. Meditação é a única coisa no mundo que é não-escapista, embora seja vista como a coisa mais escapista. As pessoas que condenam a meditação sempre a condenam com o argumento de que ela é uma fuga, uma fuga da vida. Elas estão simplesmente falando bobagem; não compreendem o que estão dizendo.

Meditação não é uma fuga da vida: ela é uma fuga para dentro da vida. A mente é a fuga da vida, desejo é fuga da vida.

Raoni Duarte: A sociedade terrena está baseada no ter e não no ser.

E essa visão só pode ser sustentada pela crença fiel na existência apenas da matéria, da terceira dimensão.

E é a partir dessa mentalidade que somos educados para termos um bom diploma, para termos um bom emprego, para termos família, para termos dinheiro, para termos sucesso. Para termos, para termos, para termos…

E você pode repetir esse padrão por milhares de anos, por milhares de vidas, não tem problema. Sempre haverá uma novidade; a ciência trabalha para isso, pode ficar tranquilo. Nem que seja fretar um jato particular para dar um “rolê” na lua, pode ter certeza que, alguma coisa que desperte o desejo do seu ego, que faça você querer ter, eles irão inventar.

O jogo do ego não tem fim, pois, ele se retroalimenta. Quanto mais você tem, mais você quer ter.

Acontece que por trás de todo ego, existe uma Centelha Divina, existe uma consciência.

Infelizmente, em 99,99% dos casos, é necessário que a pessoa seja castigada pelo ego durante muitas vidas até que, do fundo de sua alma, surja um grito de: “Chega! Alguma coisa está errada com a minha vida!”.

Eis o início de mais um despertar.

E é nesse momento que a pessoa começa a procurar as repostas para suas perguntas em lugares que, anteriormente, nunca tinha procurado. E aí, amados irmãos, é uma questão de tempo até que ela se veja frente a frente com a espiritualidade.

E é já no primeiro degrau da espiritualidade que o choque acontece, é no “Você tem que praticar o desapego dos bens materiais”, no “Procure primeiro o reino dos céus”, que o sistema trava, dá tela azul.

E o choque é completamente natural que aconteça, afinal, são milhares de anos, milhares de vidas vivendo sob os domínios do ego. E você está tão identificado com ele, está tão identificado com o ter que, quando ouve: “Solte tudo e apenas flua com o universo”, você grita, esperneia, faz birra.

Uma história:

Chegou um momento na vida de Osho, que ele tinha estacionados em sua garagem 99 rolls royces.

Um dia, ao ser questionado por um repórter se realmente existia a necessidade de possuir 99 rolls royces, respondeu: “Na verdade, eu não preciso nem mesmo de um. Mas meus discípulos querem me dar, deixa eles serem felizes”.

E compreendam: Osho não organizou um satsang, chamou seus discípulos e disse: “Queridos irmãos, eu sou o mestre de vocês, sou eu quem ajudará vocês, assim como fiz comigo, a se lembrarem de quem realmente são. Mas antes, preciso que vocês reúnam dinheiro suficiente para comprar 99 rolls royces, eu gosto muito de dirigir esse modelo e quero 99 exemplares”.

Não, o que Osho fez foi comentar em uma conversa informal que gostava de carros e que o rolls royce era o seu favorito. Pronto, foi o suficiente para que os seus apaixonados discípulos, visando agradar o mestre, o presenteasse com 99 unidades.

E não deve ter sido difícil conseguir, Osho era considerado pela crítica como: “O guro dos ricos”.

Agora eu lhes pergunto: vocês não querem tanto ter carros de luxo, mansões, iates, grandes quantidades de dinheiro na conta? Então façam como Osho, torne-se um mestre.

E observe, o que ele fez foi comentar uma preferência e, com o comentário, materializou 99 rolls royces. E tem mais, complementando a reposta ao repórter, disse: “Meus discípulos estão planejando chegar a 365 exemplares, para que eu possa passear com um diferente a cada dia do ano”.

Mentes vitimista dirão: “Ah, mas o Osho é o Osho, né?”.

Pois eu lhe digo, mente querida, que o Osho é um ser igualzinho você, ele veio da mesma e única fonte que você também veio, vocês possuem o mesmo potencial. A diferença é que ele cansou de sofrer e resolveu acordar, resolveu se iluminar e, de quebra, tirou onda com 99 rolls royces em sua passagem pela terceira dimensão.

E eu não estou dizendo que você precisa se tornar um guru para ter um rolls royce, para ter uma Ferrari. Eu acredito totalmente no seu potencial, tenho plena consciência que, através do seu trabalho, do seu esforço, você possa vir a ter uma Ferrari.

Acontece que, se isso acontecer, quem terá conseguido a Ferrari terá sido o ego e não a consciência. E o ego está interessado em ter e não em ser.

O que quero dizer é que você pode até sair por aí andando com a sua Ferrari, mas você não será capaz de saborear esse momento. Você estará preocupado, com medo de que alguém possa rouba-la, com medo que alguém bata nela, com medo que algum buraco possa trazer algum dano. Você simplesmente não é capaz de estar ali, presente, mãos no volante e desfrutando do passeio. Não, a mente estará lhe mostrando o tempo inteiro o sofrimento que causará um possível problema que você possa vir a ter.

Talvez você nem sequer a tire da garagem, talvez, você a cubra com uma proteção que impeça até de reconhecer que é uma Ferrari. E tudo isso por que o ego não está interessado em desfrutar, em vivenciar; ele está preocupado em saber que tem, que está guardado na garagem e você pode ir lá dar uma olhada a hora que quiser.

É por isso que o verdadeiro ser desperto é aquele que está comprometido com a meditação. E estar comprometido com a meditação não é reservar um tempo do seu dia para se sentar em posição de lótus, para ficar em silêncio. Essas são técnicas que te auxiliam a chegar no estado meditativo. Estar comprometido com a meditação, é estar comprometido com a observação, com o não-julgamento.

E é exatamente quando você está atento, meditando, que se torna capaz de, ao olhar para um desejo, ao entrar nas suas profundezas, perceber que, quem está por trás dele, a sua origem, é o ego e não você.

Quando isso acontece, quando essa consciência é atingida, de dentro de você surge uma deliciosa gargalhada, uma mistura de liberdade com empoderamento – uma gargalhada de amor.

Busque conhecimento, emita amor, seja Luz!

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2 respostas

  1. Pessoas do despertando, me desculpem se nao concordarem com o que eu falar, isso é so um ponto de vista meu, meu povo, o que voces falam sobre os sutras ta parecendo muito ladainha religiosa, estao parecendo crenças limitadas que voces mesmo dizem nao concordar, se voces perceberem voces estao criando crenças que podem nao ser verdade, tudo é relativo e o conhecimento aqui na terra é filtrado, nada chega ate voce como realmente é tomem cuidado com as crenças que voces estao colocando nesse site, esse site é muito bom mas voce ainda nao entram na minha mente por um simples fato, voces falam muito, algo que o budda me ensinou com sutras, é aprender a dizer muitas coisas com poucas palavras

    1. Eu gosto das muitas palavras pois medito enquanto leio, quanto mais palavras mais tempo meditando. Desfruto de uma sensação deliciosa após a leitura de cada texto. O foco não é nas palavras, isso seria estar preso a materialidade. O que tem poder é a energia que elas carregam e os sentimentos que despertam em nós. Apenas observe sem julgamento, apenas sinta. Gratidão. Muita energia positiva pra você!

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