A descoberta do Buda – Liberdade

Sutra: Livre-se do apego.

Osho: Se você não se agarrar a nada, como pode ser infeliz? Seus apegos causa infelicidade, porque você quer se agarrar às coisas e, por natureza, tudo muda; você não pode agarrá-las. Elas escorregam constantemente das suas mãos. Não há meios de agarrá-las.

Você se agarra à vida, você se agarra ao marido, aos filhos, aos pais, aos amigos. Você se agarra às pessoas, às coisas, e tudo está num fluxo constante. Você fica tentando segurar um rio em seus braços e o rio está fluindo depressa; ele está correndo em direção a um objetivo desconhecido – você fica frustrado.

A esposa se apaixona por uma outra pessoa – você se frustra. O marido foge – você se frustra. O filho morre – você se frustra. O banco fracassa, vai à bancarrota – você se frustra. O corpo adoece, enfraquece, a morte começa a bater à porta – você se frustra. Mas essas frustrações são causadas pelas suas expectativas. Você é o responsável por elas.

Se você compreender que este lugar não é um lar e que você é um andarilho sem teto aqui, um estranho numa terra desconhecida e que você terá de deixá-la, terá que partir… Se você captou esse ponto, se compreendeu isso, então você não faz uma casa em lugar nenhum. Você vira um andarilho sem teto, um parivrjaka. Você pode até viver assim literalmente; depende de você. Você pode virar realmente um andarilho ou pode tornar-se um andarilho do ponto de vista espiritual.

Não digo que se torne literalmente um andarilho, porque… – qual o sentido disso? A ênfase de Buda não recaia na ideia de nos tornarmos literalmente andarilhos – que isso fique bem claro para você. Buda não disse o que fazer, se era para segui-lo literalmente ou não. Milhões o seguiram literalmente – largaram casa, largaram família; tornaram-se verdadeiros bhikkhus, vagando por todo o país, mendigando.

Se você compreender de fato, então não há nenhuma necessidade de fazer isso de modo tão factual. Você pode estar em casa, pode estar com sua esposa e com seus filhos e, contudo, ficar alerta de que nada lhe pertence. Fique alerta de que, se as coisas mudarem, você está pronto para aceitar a mudança, que você não vai se lamentar pelo leite derramado, que você não vai chorar, que você não vai se desesperar e enlouquecer. Para mim, isso parece fazer muito mais sentido do que se tornar um andarilho de fato.

Compreender isso no fundo da sua consciência é o bastante. Milha ênfase é que você se torne um andarilho espiritual. Não há nenhuma necessidade de arrastar o corpo como um mendigo, simplesmente deixe seu espírito ser o de um andarilho, e isso já é o bastante. Não crie fronteiras para o seu espírito.

Raoni Duarte: O apego é a causa raiz do sofrimento. Você se apega ao que já possui, ao passado e, quando perde, sofre. Você se apega ao que deseja possuir, ao futuro e, enquanto não alcança, sofre. E é nesse ping pong entre passado e futuro que você vive a vida em todos os lugares, literalmente imagináveis, menos naquele único e verdadeiro: o agora.

O apego é o carro chefe do ego, pois, dentro dele, existe tudo que ele mais gosta. Tem o poder e controle através da sensação de posse, tem a violência através do ciúme e tem o medo através da carência.

E é simplesmente impossível você permanecer no agora se existir dentro de você a sensação de posse, se você estiver apegado a algo ou alguém. O agora é o silêncio, é o amor, é a vibração mais alta e, se você está apegado, dentro de você, existe um medo de perder rodando o tempo todo e, o medo, é um sentimento de baixa vibração. Ele não te permite ficar no agora. Você não irá aproveitar nada, realmente, em sua vida enquanto estiver apegado, pois, o medo de perder irá te perseguir como uma sombra.

O apego é um gatilho para o ciúme e, o ciúme, uma porta aberta para a violência. E também é simplesmente impossível você permanecer no agora experimentando a violência. O agora é tranquilo, é harmonioso. Já a violência vem da raiva, vem do ódio.

E por trás de todos os medos do ego está ela, a carência.

O ego se vê separado de Deus, o Todo e, a partir dessa crença limitante, ele se coloca em uma posição de inferioridade – ele está abaixo de Deus. Acontece que, mesmo acreditando nessa ilusão, ele continua sendo Deus e, tudo que ele desejar, tudo que emanar para o universo, será atendido pelo mesmo.

O que eu quero dizer é: se você tem a crença limitante de que é inferior a Deus, você está dizendo para o universo: “Olha, eu sou um ser inferior a Deus, então eu preciso que algo me falte, pois, só Deus pode ter tudo. Se eu tiver saúde, que me falte dinheiro, se eu tiver dinheiro, que me falte saúde e, se eu tiver dinheiro e saúde, que me falte tempo para desfrutar. Por favor, eu não sou nem louco de dizer que quero tudo, eu sei que tudo só Deus pode ter, e tenho plena consciência da minha inferioridade, então, por gentileza, me envie alguma falta”.

Então se você quer se livrar do apego, se você quer alcançar sua liberdade existencial, você terá que se livrar da ilusão de que você e Deus estão separados. Somente quando você compreender que você e a fonte são Um, é que se verá livre da falsa sensação de ter, de possuir, pois, você se tornará consciente que você É todas as coisas.

A fonte de criação não está lá fora, não está lá no céu. Ela está dentro de você – e no céu, e na terra e em todos os lugares.

A sensação de falta, a carência, são puramente mentais, não condizem com a essência da existência. A fonte está dentro de você, a fonte É você e, a fonte, tem tudo que se possa imaginar, ela é inesgotável. Então, para que você possa experienciar a escassez, para que você possa vivenciar a carência, primeiro, é preciso que exista a crença na falta, a crença na separação.

Você só irá se ver livre do apego quando o medo da falta der lugar a certeza do Todo. Você só irá experimentar a verdadeira liberdade, quando se permitir ser quem realmente é, quando se render ao Deus que habita em você.

Busque conhecimento, emita amor, seja Luz.

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