A descoberta do Buda – Observe

Sutra: Aquiete a mente. Reflita. Observe.

Osho: Contemple esses sutras. Tente vivê-los por experiência própria… – porque Buda não é uma pessoa religiosa comum. Ele não está interessado em milagres. Ele não está interessado em nada oculto, esotérico. Ele está interessado em transformá-lo. Ele é muito pé no chão.

Moisés e Jesus estavam jogando golfe no Celestial Country Club. Jesus inicia a partida e acerta o buraco numa tacada. Então Moisés vem e também acerta na primeira tacada.

– Bem, Moe, até aqui estamos empatados – diz Jesus.

– Olha aqui, Jake – protesta Moisés. – Fizemos nosso ponto. Agora o que você diz de deixar de lado os milagres e jogarmos um pouco de golfe?

Buda nunca fez nenhum milagre – esse é o milagre. Ele não está interessado em mistificar você. Todo seu esforço é para lhe dar a chave, de modo que você possa abrir as portas de todos os mistérios. Ele é muito existencial, não-filosófico, não-intelectual em sua abordagem. Ele não é mental – mas muito prático, pragmático. Toda sua abordagem é experimental, experiencial. Assim, você não será capaz de compreendê-lo se continuar apenas lendo.

Tente experimentar o que ele está dizendo. Tente aquietar a mente, refletir, observar e veja você mesmo o que acontece: liberdade, bem-aventurança, verdade, sabedoria, inocência, pureza… – milhares de flores começam a desabrochar em você. A primavera de repente se abre para você.

Raoni Duarte: Existem duas formas de se viver a vida: acordado, em estado meditativo, ou dormindo, identificado com o ego.

E o estado meditativo é o estado da mais pura observação e, para haver observação, tem que haver não julgamento. Trata-se de dois estados completamente opostos e exclusivos: ou você está observando, ou você está julgando.

E o julgamento nada mais é que o ego no controle atuando através da mente. Então enquanto a consciência não tomar as rédeas da situação, enquanto a identificação com o ego persistir, você estará sob os domínios de uma mente inquieta, uma mente cheia de desejos, cheia de julgamentos.

“Aquiete a mente…”

É verdade que o estado meditativo independe do estado do seu corpo físico, ou seja, você pode estar correndo e estar em estado meditativo; você pode estar dando uma palestra e estar em estado meditativo – é tudo uma questão de consciência.

Assim como também é verdade que o estado meditativo pode ser alcançado de forma mais rápida a partir do silêncio do corpo físico. Observe a fala dos mestres espirituais, em todos os ensinamentos o silêncio está presente. E a razão do silêncio é muito simples: quanto menos eventos estiverem ocorrendo, quanto menor a distração, mais fácil fica de se tornar o observador.

E assim que você ficar em silêncio, é hora de observar a própria mente. E é preciso compreender que a mente, a serviço do ego, não quer ver você em silêncio de forma alguma. O ego sabe, e por isso teme, o poder do silêncio. Então é preciso estar consciente que a mente fará de tudo para tirá-lo da quietude.

Acontece que ela te conhece como ninguém, logo, ela usará a playlist dos afazeres mais executados na semana para te sugestionar a quebra do silêncio, para te tirar da ação através da não ação. E é nessas horas que você precisa ter um compromisso sério com a observação, independentemente do que a mente lhe ofereça, por mais tentador que seja, permaneça em silêncio e observando.

Outro ponto que você precisa compreender e aceitar é a sua inabilidade em ficar em silêncio. Você passou tanto tempo na agitação, você se acostumou tanto com um ritmo acelerado, que a simples ideia de ficar em silêncio muitas vezes soa como algo assustador.

E isso corresponde a dizer que, assim como em qualquer outra coisa, existe uma curva de aprendizado do silêncio. Então é natural que no início você consiga permanecer em silêncio por poucos minutos até que a mente o pegue, como você foi moldado para o barulho, é necessário que exista força de vontade.

E caso você persista, caso faça do silêncio sua prioridade, você será agraciado com o estado da mais pura observação, da atenção plena. E quanto mais você observar, quanto mais conseguir não se identificar, maior será o seu poder de compreensão e, consequentemente, mais expandida ficará a sua consciência. Em outras palavras, quanto mais você observar, maior será sua capacidade de dar vazão a sua verdadeira essência, o amor incondicional.

Busque conhecimento, emita amor, seja luz!

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